domingo, 4 de abril de 2010

Informática e crianças

Com a presença cada vez maior do computador em nossas vidas e nossa sociedade, uma questão importante surge: qual o efeito da exposição das crianças ao computador? Quando e como esse contato deve ser permitido?

Fui lembrado desse tema ao ler uma reportagem a respeito disso no jornal de hoje. Antes de mais nada, vou deixar claro que eu não sou pedagogo e que falo apenas pessoalmente, sem nenhuma base além de minha experiência de vida.

Em minha opinião, nos dias de hoje é insensato privar uma criança do acesso à computação e à internet. Não é sem motivos que a era moderna é chamada de era da informação; o bem mais valioso é o conhecimento. E qual é a ferramenta crucial nesta era? Sem dúvidas, o computador.

Eu acredito que o computador ajude no desenvolvimento cognitivo e motor de uma criança, especialmente com relação à motricidade fina como movimentos precisos e coordenação visual. Intelectualmente, a criança ganha capacidade de abstração e pensamento lógico. De forma alguma menosprezo o papel fundamental de livros e educadores no desenvolvimento da criança, apenas penso que o computador pode ser um importante aliado nesse processo.

Claro que, como tudo, deve ser utilizado com bom-senso. A internet, como já disse certa vez, é um mar de pornografia, salafrários e toda sorte de gente ruim. O acesso da criança deve ser controlado e discutido em família.

Porém, segundo o Dr. Valdemar Setzer, professor do departamento de Ciência da Computação do IME, as crianças não devem ter acesso à computadores, videogames ou TV. Acesso à internet, só após os 17 anos, que seria quando o jovem tem maturidade para enfrentar e entender as nuances esse meio. Segundo ele, a internet, videogames e a TV atrapalham o desenvolvimento da capacidade criativa, mental e social do infante.

Não vou me aprofundar nas idéias de Setzer, já que confesso que ainda não as conheço em profundidade suficiente para discutí-las, e muito menos desprezá-las, já que o pesquisador tem muito mais experiência e base para falar do assunto do que eu. Entretanto, um ponto em que acho que todos concordam é que é uma idéia radical demais. 17 anos é uma idade em que boa parte dos jovens está se preparando para ingressar em uma instituição de ensino superior ou para entrar no mercado de trabalho. Imagino que para alguém que está nessa idade e situação, absorver em pouco tempo tudo que a internet significa e suas potencialidades é alucinante.

Tomando a mim mesmo como exemplo, eu tive meus primeiros contatos com computadores aos 6 anos. Gostava de jogar, era basicamente o que eu fazia no computador. Porém, sempre tive uma curiosidade: como esse negócio funcionava? Era a mesma coisa com videogames, os quais conhecera mais novo ainda. Pode até ser um exagero de minha parte, mas acredito que foi essa curiosidade que me levou ao caminho em que estou hoje, terminando meu curso em Ciência da Computação.

Concordo com Setzer que essas tecnologias, quando não utilizadas da forma correta, podem trazer malefícios a qualquer um, especialmente crianças. Porém, na era da tecnologia, em minha opinião, impedir o acesso dos pequenos a esse meio de informação inesgotável (tanto boa quanto ruim) é uma visão muito limitante.

Para saber mais:

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