domingo, 14 de janeiro de 2024

Have you played... Ann?

"My name is Ann"

I'm at the point in my Steam games library where I can't remember why I have some games - that's the case for this one. Maybe I'm just a a sucker for meganekko. Actually, I think it was because I came across this funny Youtube video and decided to see what else the creator had done.

From the cover and promotional art (I hadn't read the synopsis at all), I thought this was a side scrolling adventure or visual novel of some sort, but Ann is actually an RPG horror game made in RPG Maker. I like those - Yume Nikki and Ib are some that I really enjoyed in the past. When you start the game, you are treated by a nice little animation presenting Ann, a digital art student. Rong Rong, the author, is an animator, so there are a handful of nicely crafted short scenes in key moments.

"I am an art student"

We start the game controlling Ann as she returns to her college because she forgot her pen drive in the classroom. She decides to do some work while there, but ends up falling asleep on her desk. The problem is there's a rule that no one is allowed to stay in school after 9pm. Ann ends up sleeping until midnight. When she wakes up, the entire building is warped and disturbing. Dangerous creatures, haunted objects and a sinister entity called Sadako Hana roam around trying to kill Ann for no reason.

With the help of the school's night security guard, Ann needs to escape this hellish school and maybe unfold the truth about it along the way.

I enjoyed playing this short game - it's really short, clocking in around 3 hours if you want to see all endings. The sprite graphics are ok, while the short animated cutscenes are great and well done. Another highlight is the soundtrack by Mandy Kowara. Although sometimes I felt the music was a little inappropriate, subtracting, from the terror, most tunes were pleasant to hear. I also really liked how the tension is constructed - there are no cheap jumpscares, and there were some clever scary moments here and there that catch you off-guard.

Being chased in an RPG Maker game is a thing

Some of the lowlights were the chase sequences. Action sequences in RPG maker games are rarely fluid because of the limitations of the engine. When an enemy is chasing you and you move down one block by mistake, you'll probably get caught. These sequences are not frequent though, so it doesn't get too annoying. Also, I thought the story wasn't the game's strong suit and didn't make much sense. At one point, we get a glimpse of Ann's past and I thought that didn't have much to do with anything besides trying to make us emphasize with her (which is hard since she's a silent protagonist).

As stated by the author on the Steam store page, Ann is a love letter to the RPG Maker horror games from the 2010s, and I feel it delivers. On that note, I believe Ib was one of the main influences, as I can see interesting similarities between both. Ib was even re-released on the Switch last year.

Ann is also free! If you enjoy indie horror RPG Maker games, you'll like this one too.

Security guard and Ann are judging you

Details

quinta-feira, 29 de março de 2018

Você já jogou...? VA-11 Hall-A: Cyberpunk Bartender Action


"Time to mix drinks and change lives"

Em um futuro próximo, existe uma cidade distópica onde grandes corporações dominam o governo, e a população, oprimida, luta para sobreviver a cada dia. Nessa cidade há um pequeno bar chamado VA-11 Hall-A, apelidado Valhalla, que é visitado por pessoas que buscam uma bebida, um pouco de alento e, talvez, uma conversa amiga.

Não tenho tido muito tempo para jogar ultimamente, mas fico feliz quando encontro algumas pérolas como esta. Este jogo inusitado apareceu em minha lista de recomendações da Steam e, após ler sua descrição e alguns comentários, resolvi comprá-lo. Foi uma ótima decisão. Adoro jogos independentes e diferentes, pois acho que eles trazem experiências únicas e muito mais autênticas.


"Cyberpunk bartender action" é o subtítulo do jogo, e ele é exatamente isso: em um cenário cyberpunk, entramos no papel de Jill, uma bartender no VA-11 Hall-A, onde você recebe clientes, ouve seus desabafos e prepara drinks para eles. Diferente de outros jogos de "culinária" frenéticos, como Overcooked, este jogo é praticamente uma visual novel, com a diferença que ao invés de fazer escolhas de diálogo, suas escolhas se limitam a fazer diferentes bebidas para seus clientes. Pode parecer monótono, mas acredite, conhecer pessoas e suas histórias é sempre uma experiência única.

Ao iniciar o jogo pela primeira vez, um aviso diz para apreciá-lo com tranquilidade, com bebidas e petiscos. Segui as orientações ao jogar, abrindo uma cerveja e apreciando os diálogos bem escritos e os personagens extravagantes e fascinantes, e fiquei muito satisfeito ao fazê-lo.

O visual é caprichado, com belos desenhos dos personagens e cenários e um estilo gráfico retrô moderno que remete aos tempos dos jogos do antigo PC-98, computador popular no Japão. A trilha sonora composta por Michael Kelly também é excelente, criando uma atmosfera cyberpunk, mas ao mesmo tempo acolhedora, como o bar.


Mas, sem dúvida alguma, são os diálogos que fazem este jogo brilhar. Sob a pele de Jill, conhecemos sua cidade, Glitch City, e a si mesma e seu mundo apenas através das conversas que tem com os diversos tipos de clientes que passam pelo estabelecimento. Por meio dessas pequenas trocas de ideias e sentimentos, começamos a entender esse universo e a nos sentir parte dele, e os personagens ganham profundidade e desenvolvimento. Achei essa abordagem muito imersiva e bacana e os diálogos muito bem escritos, embora por vezes um pouco caricatos.

Os personagens também são fantásticos. É difícil não se identificar com alguns deles, tão humanos como qualquer um de nós com suas qualidades e defeitos, vivendo um dia de cada vez. Pelo menos para mim, diria que foi uma experiência até intimista.

Além disso, outro ponto que achei muito positivo é que são tratados diversos temas polêmicos, como sexualidade, prostituição e corrupção no governo, de forma muito natural. Achei muito legal como esses temas foram abordados de modo que não ficasse forçado nem exagerado.


Desde o momento em que comprei o jogo, tinha certeza de que era japonês: o estilo, a estética, tudo apontava para um típico jogo nipônico. Qual não foi minha feliz surpresa quando pesquisei e descobri que os desenvolvedores não são japoneses, mas sim venezuelanos, nossos hermanos. Quando vi isso, criei ainda mais respeito pelo jogo e contextualizei algumas das críticas sociais nele contidas.

Se tivesse que fazer uma crítica, seria que não há muita replayability. Depois que você termina uma vez e quer ver os finais diferentes, pode ser um pouco tedioso passar por tudo novamente, refazendo todos os drinks só para poder ver os diferentes desfechos. Fora isso, apreciei cada momento que passei com este jogo.

VA-11 Hall-A não é um jogo para todos. Mas, se você gosta de uma boa narrativa, cyberpunk ou não, dê uma chance. Como um bom livro, separe um tempo para relaxar, tome uma boa bebida, coma algum petisco e conheça esse universo e os interessantes e estranhos clientes desse bar. No mínimo, você vai ouvir algumas boas histórias.



Ficha técnica

sexta-feira, 21 de abril de 2017

Você já jogou...? Undertale



 
Sei que já se falou muito sobre esse jogo na internet, talvez até demais. Mas, agora que terminei de jogá-lo, senti que ele merece todos os elogios e muito mais. Senti que tenho que expor minha opinião.

Undertale é fantástico, brilhante, amável!


A história inicial é bem simples: você é uma criança humana que caiu no Subterrâneo, para onde os monstros foram exilados em um passado remoto e agora habitam. Agora, você busca uma forma de voltar à superfície, enquanto interage com persoangens tão variados quanto esqueletos comediantes, cachorros cavaleiros, um robô popstar, entre muitos, muitos outros.

A grande premissa deste RPG é que você pode escolher entre destruir seus inimigos ou deixá-los seguirem suas vidas. Toda batalha pode ser vencida sem matar uma criatura sequer. Essas escolhas moldarão o seu caminho e o desenrolar da história.


Toby Fox, o autor principal, fez um trabalho espetacular. Em um pequeno jogo que pode ser finalizdo em algumas horas, desenvolveu personagens extremamente cativantes e uma narrativa simples, mas instigante e interessante.

Undertale é, a princípio, um jogo leve, cheio de situações e inimigos(?) muito inusitados e divertidos. Não costumo rir em jogos, mas este me fez rir em diversas ocasiões. E vou fazer uma confissão aqui: quase nunca havia chorado em um jogo, mas este me tocou de tal forma que em um certo momento não aguentei.


São os personagens e os diálogos que tornam este jogo tão extraordinário. O senso de humor excêntrico e a escrita excelente tornam cada encontro e reencontro memorável. A atenção aos detalhes e o esmero despendido em cada situação é gigantesca. Joguei como se estivesse lendo um bom livro, apreciando cada passagem, fala e momento. Não tenho como enfatizar o suficiente o quanto os personagens são cativantes.


As batalhas são uma atração à parte. Depois de cada ataque do protagonista, ocorre uma pequena sequência parecida com um shooter danmaku onde você tem que desviar dos projéteis de seu adversário. Achei muito interessante e criativa a forma como esses ataques realçam e enriquecem ainda mais a personalidade de cada inimigo.

A trilha sonora, composta inteiramente por Toby Fox, é fantástica e atmosférica, parte indissociável da obra, complementando perfeitamente os momentos em que é utilziada. Assim como os demais elementos do jogo, as músicas lembram os antigos jogos da era dos 16 bits, com sons sintetizados e ótimas melodias que ficamos lembrando depois.


Outro ponto de interesse é a clara influência da série Mother (mais conhecida como Earthbound). Os gráficos simples e expressivos remetem imediatamente ao clássico cult da Nintendo, mas não somente eles - a própria atmosfera do jogo, cheia de irreverência e um tom amistoso, também é muito parecida. Em certos momentos, senti até uma certa vibe de Yume Nikki, RPG experimental dos anos 2000 famoso por sua atmosfera surreal e aterradora.

Arte por Hetiru (link original)

Se tivesse que fazer uma única crítica a esse jogo fantástico, seria que ele é curto. Gostei tanto que gostaria que durasse um pouco mais. Não sei se consegui expor o quanto gostei deste RPG, o considerei um dos melhores jogos, independentes ou não, que já joguei. Undertale é uma experiência única e inesquecível, um jogo que tem coração.

Se você é fã de jogos de RPG, principalmente se está procurando algo diferente e tocante, jogue! Jogue com determinação! Você não vai se arrepender.



* * *

SPOILERS ADIANTE!

(Não passe o cachorro se não viu o final verdadeiro!)








Para os curiosos, a parte em que chorei foi na batalha final do caminho pacifista. Depois da revelação surpreendente de que Flowey era Asriel, começou a batalha final mais épica e emotiva que já experienciei, acompanhada pela melhor música do jogo (desculpe, Megalovania).

Enquanto lutava desesperadamente pela minha vida e tentava salvar tudo pelo que havia lutado no decorrer do jogo, eu morri. O coração se partiu. Por um instante, achei que teria que recomeçar a batalha. Mas, para minha surpresa, o coração se uniu novamente, com a mensagem "But it refused". Senti um arrepio. Foi uma das mensagens mais poderosas do jogo. Eu não podia morrer agora, minha determinação se recusa a morrer! O destino daquele mundo e dos amigos que conheci nele estavam em minhas mãos!

A luta exaustiva seguiu, e Asriel se transformou para mostrar seu verdadeiro poder. Nenhma ação era possível. Nada mais surtia efeito. Até que o protagonista se lembra que poderia tentar SALVAR o jogo, mas nem mesmo isso funcionou. O jogo traz a mensagem: "Seems SAVING the game really is impossible. But... Maybe, with what little power you have... You can SAVE something else.". E então você entende que pode salvar seus amigos que tiveram suas almas absorvidas por Asriel.

Nessa hora não aguentei. Enquanto a mesma música fantástica do início da batalha volta a tocar, você chama a alma dos personagens que conheceu e com quem fez amizade no decorrer do jogo, relembrando as lembranças que criou com cada um deles, teantando fazê-los se lembrarem de quem são. Foi a sequência mais tocante do jogo para mim, lágrimas escorrendo enquanto sentia o quanto cada vivência e cada experiência passadas com esses personagens amáveis foram marcantes e culminaram neste momento. E, finalmente, uma última alma é salva...

É, definitivamente, uma das melhores batalhas finais de todos os RPGs.